Fillipe Soutto detalha diferenças entre Séries A, B e C e importância dos estudos durante a carreira
Matéria feita dia 13/05/2022
Fillipe chegou ao clube paulista para a disputa do campeonato estadual e estendeu seu contrato para a série B de 2022.
“Após o final do contrato com o Brusque em 2021, tive o convite para atuar no Botafogo-SP e aceitei o projeto inicialmente para o campeonato paulista. Cheguei com uma expectativa legal por ser um clube organizado, que sempre está disputando competições em grande nível. Consegui junto a equipe fazer um bom estadual, ficamos em quinto no geral, mas o regulamento diferente do paulistão acabamos ficando de fora das fases finais, mesmo tendo sido melhor que 11 equipes. Depois houve interesse em renovar o vinculo e iniciar a série C. Começamos bem com 7 pontos nos primeiros 3 jogos, agora tivemos 2 derrotas e claro que não estava no planejamento, porém entendemos que faz parte do processo, a Série C é um campeonato bem disputado, assim como a A e B. Então faz parte, embora não seja o ideal oscilar, mas temos condições de chegar forte na disputa do acesso”, disse o meia.
Cria da base do Atlético-MG, o jogador teve passagens por grandes clubes do Futebol Brasileiro, incluindo o Vasco da Gama em 2013. Ele contou o que acredita ter acontecido com o Gigante da Colina e também o Cruzeiro para não conseguirem retornar a elite do Campeonato Brasileiro.
“Joguei a Série A por 7 temporadas, atuei na B por um bom período e a terceira divisão é apenas a segunda vez que tenho a oportunidade atuar. O formato de disputa da primeira que joguei era diferente da atual. Antigamente eram 20 equipes divididas em 2 grupos de 10, era uma competição mais regionalizada. Agora foi mantido os 20 times, se enfrentam e é apenas returno. São bastantes viagens, logísticas prejudicadas. Até porque na Série C não tem cota de televisão e as condições que a CBF impõe são restritas na questão de programação e isso dificulta bastante a Série C. Porém é um torneio bem democrático abre margem para acesso. Questão de mando também é bem diferente. Exemplo: Jogar na nossa casa, temos um gramado bom, o Mirassol também costuma ter, agora o Altos, do Piauí, é uma condição bastante diferente. São situações adversas que encontramos” falou Soutto.
“Enquanto ao Vasco e Cruzeiro e até agora o Grêmio, acho que a questão maior é encontrar uma forma de jogar que seja competitiva e que consiga impor tecnicamente e fisicamente a condição dos clubes nas partidas. É muito mais difícil jogar a Série B do que a A, na questão de entrega e dedicação. Acredito que seja um estilo de jogo bem peculiar, pois as equipes jogam muito mais para não perder do que vencer, diferente da primeira divisão, onde atuam de formas mais abertas. Enquanto a B, as equipes na minha concepção procuram uma maneira de impedir o adversário de jogar. Vasco e Cruzeiro tradicionalmente gostam de jogar, formam jogadores técnicos, tem um estilo de jogo mais cadenciado, mais categoria do que física e vão sofrer. Porém isso é possível de mudar, porque quem não se adapta a realidade não consegue bom êxito” completou falando sua visão sobre como é a Série B.
Fora dos campos o jogador é graduado em administração e tem MBA em Gestão Estratégica de Esportes FGV/FIFA/CIES. E o meia falou da importância dos estudos.
“Particularmente acho necessário ocupar o tempo livre da minha programação para adquirir conhecimento, seja ele em qual área eu optar e desejar. Me interesso pelos bastidores do Futebol, direção, governança. Que eu vejo com sérios problemas que os clubes enfrentam hoje, com histórico de administrações ruins, esse modelo associativo que cada vez mais vem perdendo força, então talvez esse seja o caminho que eu vá seguir na sequencia da minha carreira, no pôs Futebol. Não tenho interesse hoje em me capacitar para ser treinador, embora não descarte essa possibilidade, só que tanto uma área para a outra, sei que preciso de conhecido e estudar é uma dessas formas. Tudo que vivi e ainda vivo dentro de campo, por onde passei, não será suficiente para assumir uma nova posição dentro do esporte. E aprender é indispensável para qualquer ser humano, então além de buscar um novo horizonte, eu quero passar o que aprendi em casa para meus filhos. Porque o que meu pai me deixou na infância é que nosso único bem que não perdemos é o conhecimento e quero praticar isso ao longo da vida”, finalizou Fillipe Soutto
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